Dr José Rogério Mendes Glória Embaixador da WPO
“O Rei está nú!” Creio que muitos conhecem essa fábula de Hans Christian Andersen. Um determinado Rei, muito orgulhoso, soberbo, considerava-se o topo da esperteza, ouviu falar que um alfaiate famoso tinha achado um tecido especial, com efeitos mágicos, que somente os espertos, inteligentes e sábios poderiam vê-lo. Contratou imediatamente o alfaiate, que lhe fez um perfeito manto real. Ele mesmo não vendo nada, certificou então que era um desprovido de capacidade e cultura para estar naquele cargo. Mas fingiu gostar e pediu para que fosse imediatamente vestido. A notícia se espalhou sobre o “manto que evidenciava a inteligência alheia”. O tal Rei saiu pelas ruas desfilando e todos, querendo mostrar que eram tais como o monarca, elogiavam o tecido e a sua capa sobre os ombros! Uma verdadeira histeria de massa, onde o excesso de poder sobre tolos, inibe a perspicácia dos enganados. Até que uma criança, que poderia ser alguém que não conhece as regras da subversão, gritou: -Olhem, olhem, o Rei está nú! E foi uma gargalhada geral, o absurdo veio à tona, descobriram a nudez, a intimidade, a trama do Rei, seu nome, seu passado, sua imoralidade, seus erros, foram parar na boca do povo. Desvendaram o Rei tolo que achou que poderia enganar à todos com a sua postura e com os poderes que o cargo lhe concedia, mas esqueceu de que não existe oculto que não seja revelado! E, dependendo dos fatos ou do histórico desse Rei, torna-se impossível que ele continue a reinar. O ideal, o ajuizado ou o bom senso, seria que esse Rei se recolhesse ao ostracismo e nunca mais voltasse à público, porque todos o desrespeitariam, lembrando do seu famoso desfile épico na tentativa do engano, mas que na verdade, sempre foi um pífio espertalhão que julgava o povo como incautos, ou cegos diante de um Rei nú. Dr José Rogério Mendes Glória Embaixador da WPO
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